"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 1 de março de 2013

Obsessão.

Na sua ausência costumava sentir saudades. Agora sinto angústia. Agora vejo fantasmas. Repasso fatos, frases e pessoas. Crio teorias conspiratórias que fazem todo sentido. Concateno evidências ilógicas numa cadeia de raciocínio perfeita. Vigio, pesquiso e me perturbo. Encontro o que não gostaria (ou o que na verdade, não existe) e me acho tola.
As idéias tornam-se fixas. O sopro é vendaval. A onda é maremoto. O trabalho é exaustão. O ruído é insuportável. A preocupação é obsessão.
Com pesar, constato que preciso te ter ali - ao alcance das mãos - para te sentir meu.
Enquanto você não retorna, vou infligindo a minha alma uma sessão de torturas terríveis.
E suplico aos céus pela tua volta para me desvencilhar dessa camisa de força e me trazer alguma paz.