"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Best-seller.

Acabei de receber este exemplar. 365 páginas em branco. 365 novas oportunidades. Me fez pensar em quanta coisa pode acontecer. Eu – o narrador-personagem – neste último dia do ano sou logo tomada pelo impulso de fazer listas, elaborar planos, estabelecer metas mirabolantes... Eu quero tudo, a todo tempo, agora!

Claro que eu não me dei conta de que esse novo livro faz parte de uma sequencia de acontecimentos interligados que me trouxeram até aqui. Que os elementos desta narrativa devem estar concatenados com os acontecimentos anteriores. Certamente não olhei nas estantes os outros inúmeros capítulos, desde os mais incríveis até aqueles que não vou ousar abrir novamente. E não levei em consideração que sem essa cadeia de acontecimentos não poderei contar essa grande aventura que é viver.

Então vou me propor algo diferente a partir de hoje: me concentrar no que quero ler nas próximas páginas. Não nestas que estão em minhas mãos agora, mas, nas que receberei adiante. Qual será o meu clímax? Como resolverei os ‘nós’ desta história? Que personagens quero que participem da minha trama? Será o meu desfecho tudo aquilo que um dia sonhei?


Então, que em 2015 eu possa entrelaçar possibilidades, criando enredos que me rendam um Best-seller!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Separatismo.

Eu não poderia estar mais longe de você neste momento. Meu desinteresse é total.
Te ver compartilhando pensamentos tolos... sem pensar... sem checar... me deixa estarrecida.
Sua sensatez, inteligência e pragmatismo, eu não consigo mais enxergar e com isso a minha admiração está virando pó.
Claro, você tem direito de propagar seu modo de ver as coisas, mas quando passa a ridicularizar o meu, está lidando com o meu caráter, com a forma com que construí meus valores ao longo da vida... e isso, não dá para admitir.

Sabe qual a sensação que fica? É de que, na falta de argumentos, escarnecer sempre é a saída.

Eu tenho direito a lutar pelo que acredito, então, "menos ódio, por favor".

Pois por hora, é você lá e eu cá.

Em tempo: Essa é para você que acha quem eu votei em Dilma por que blá, blá, blá....

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Sorria.

Sorria. Sorria muito. Ou melhor, gargalhe. Como se sua vida dependesse disso. Não depende. Mas ajuda a ser feliz.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

The end.

Você já se sentiu expectador de sua própria vida? Sabe quando tudo caminha para seu desfecho?  Já sentiu a dor de perceber que nada pode fazer para impedir que a história siga seu rumo e o inevitável aconteça?
Ok. Você pode me responder agora que eu sou pessimista, que a coisa não é bem assim, que tudo na vida tem jeito. Eu só vou ouvir blá, blá, blá.
Sabe o que é? Já vi esse filme. Em muitas salas e sessões. Com trilhas e personagens diferentes. Mas sempre com o mesmo enredo. E o que é pior: com o mesmo final, meu bem.
Enquanto estou nesta película (ainda), posso sentir seu dedo em riste, me acusando das mais variadas maneiras - como só você sabe fazer. Quer saber? Já não me importo. Estamos naquela parte onde - com uma música melancólica ao fundo - eu percebo quanto tempo perdi tentando compreender (e amar) você.
Quando te conheci achei que essa era uma comédia romântica, acredita? Desenhei cenários perfeitos. Criei situações encantadoras. Danças malucas. Pares perfeitos e amores ao luar. E a trilha? Ah! Escolhida para fazer emocionar. Tudo em vão...
Devo dizer que este é mais um filme Cult. E neles, não há final feliz.
Quando as letrinhas começarem a subir, já estarei comprando outros bilhetes, escolhendo outras canções, compondo outros poemas... E nem adianta esperar pela faixa bônus.


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Colheita.

Fico pensando em todas as vezes em que pedi desculpas ao mundo por ser quem sou. Todas as horas em que senti o gosto amargo do fracasso.  Os momentos em que a genialidade dos meus pensamentos pareciam querer explodir este corpo tão pequeno.
A minha falta de sabedoria - e o excesso de soberba - não me permitiam enxergar que a vida nada mais é que caminhos, escolhas, renúncias e respostas...
Hoje - diante de boas novas que se avizinham - é que pude compreender que tudo é questão de perspectiva: todos os espinhos que me cortaram, todas as flechas que me lançaram e todo erro que cometi fizeram parte do processo que me levariam a apreciar o porvir.          
Daqui para frente minha estrada terá percalços,  claro. Mas sinto no íntimo que chegou a hora da colheita.

E estou preparada para me deliciar com os frutos.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Essa é para você.

Tenho ciúmes do seu olhar. Não quando admira o belo (gosto do qual compartilho). Mas quando exalta nos outros aquilo que julgo único em mim...
É duro ver você agir assim... Perceber nas entrelhinhas que a sua atenção está voltada para outros verbos. Assistir você saindo dos meus domínios.
Penso em falar sobre este sentimento que me corrói. Mas já conheço a resposta que receberei.
E no íntimo, acho que você sabe o que está fazendo. Sei que sabe o quanto machuca. Faz, pois me fere na carne, no orgulho e no coração.
Então me calo. E escrevo mais uma carta que não será enviada.                                                                       
Assim, vou retirando um pouco do que é seu em mim...

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Sombra.

Então olhando para a minha sombra me dei conta do quão é grandiosa: Diante de um mundo de possibilidades infinitas, resolve ficar presa às limitações do corpo que lhe foi imposto.