"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Sutil diferença.



Fim de tarde na praia. Músicas, drinks e o calor do verão. O clima de romantismo no ar, me fazendo acreditar que todos os detalhes do mundo estavam ali apenas com um propósito: minha felicidade!!!
Não é assim mesmo? Quando estamos amando o mundo existe simplesmente em nossa função, nos tornamos o umbigo do universo!
Bom, eu estava me sentindo assim. E você - me olhando como se estivesse apaixonado pela primeira vez – contribuía consideravelmente para isso.
O vento alisou suavemente os meus cabelos enquanto você segurou a minha mão e afirmou com firmeza que seu eu fosse embora, ficaria apenas o vazio.
Você olhou dentro dos meus olhos: - Não, eu não tenho mais ilusões de garoto, não procuro um grande amor, mas uma companheira. Você pode ser essa companheira. Você me faz feliz.
O que eu não compreendo é: por qual razão você disse companheira, quando na verdade você queria dizer companhia.
Sutil, mas dolorosa diferença.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Babado fortíssimo.



E hoje me veio essa notícia, essa novidade, esse “babado fortíssimo”.
Novidade? Sério? No que me tange, nenhuma surpresa.
Vejo apenas uma repetição dos mesmos erros, da mesma falta de amor e respeito.
Mudam os cenários. Mudam os personagens.
As histórias? Ahhh, essas permanecem...
Levanto as mãos para os céus por não ter recebido o “roteiro” dessa vez. Por ser nada mais que um espectador nesse dramalhão.
Uma sensação de alívio percorre meu corpo. Sinto que acabo de quebrar minhas algemas. Estou livre.
A gente sempre acredita que de alguma forma contribui para que as coisas dêem errado, não? E a constatação de que não havia nada que pudesse ser feito, uma vez que o erro REALMENTE estava no outro é libertadora!
Livre, porém pensativa... Certas pessoas optam por não evoluir. Isso é um conceito que simplesmente não me entra. Como pode, os anos passarem e você ficar aí insistindo no mesmo erro? Como pode você simplesmente repetir a mesma história? Não é bizarro?
Eu ouvi algum famoso desses que vivem cometendo mancadas dizer: - Nunca cometi o mesmo erro duas vezes, são sempre novos enganos! Até isso, considero uma maneira de evoluir sabe? Posso viver cometendo erros, mas os admito, procuro mudar, procuro sempre novos caminhos, ainda que me conduzam novamente ao erro.
O inconcebível é: repetir “over and over again” a mesma fórmula. É se vitimizar. Poxa, não somos mais “tão jovens” como aquele nosso poeta favorito costumava cantar. Já estamos nos “trinta e tantos” e isso deveria significar alguma coisa. Aparentemente, para você, não significa nada.
Você deve estar pensando agora: que castelos você construiu? Onde estão os feitos da sua jornada?
Eu sou como aquele famoso sabe? Estou cometendo erros. Estou quebrando a cara. Estou me magoando. Estou amando. Estou fazendo planos. Estou cumprindo metas. Estou sempre escolhendo novos caminhos. E ainda que continue batendo cabeça, posso afirmar com certeza: Aprendi com meus erros e meu crescimento pessoal me impede de brincar com a minha vida e das pessoas que me cercam, entendeu? Ou quer que eu desenhe?
Queria muito que essas palavras funcionassem como um tapa na sua cara. Esse tapa bem dado que você sabe que merece, mas que a vida, por alguma razão demoníaca, está adiando te dar. Mas sei que não serão. Palavras são apenas palavras.
Ainda assim, vou te dar esse conselho (de graça mesmo, porque provavelmente, você não tem como me pagar): tudo que vai, volta amigo!
Não gostaria de estar na sua pele quando a vida vier lhe cobrar.
Se cuida. Pois eu estou bem, obrigada. E esse sim, é um “babado fortíssimo”!

terça-feira, 31 de julho de 2012

Pra recordar não, pra viver!

Essa semana uma pessoa de quem eu gosto muito me disse que antigamente os amores eram mais verdadeiros, que hoje as relações são superficiais e não há mais espaço para viver um grande amor.
Me pus a pensar, sabe? E por um momento (breve momento) creio que "comprei" essa idéia.
Eu, que já levei algumas cassetadas dessa vida, que já acreditei que o príncipe iria chegar num cavalo branco, que já beijei muitos sapos, que já chorei vendo comédias românticas.
Eu, que também já fui grosseira com quem gostou de mim, que já menti quando tudo que se esperava era a verdade...
Eu, que tenho muito daquilo que se chama "frio e superficial" talvez seja um espécime perfeito para exemplificar a teoria do meu amigo acima.
Veja bem, eu disse talvez.
Pois me recuso a acreditar que vou passar por essa vida sem entregar meu coração (que tem tanto amor a oferecer). Eu não quero e não vou viver o amor através das músicas e dos filmes. Esse amor teórico, que "era mais sincero antigamente". Ou ainda o "primeiro amor", que marcou a minha vida. Não me interessa. Esse amor eu rejeito. Eu abomino.
Quero viver o amor em sua plenitude. Quero me sentir linda (a mais linda de todas). Quero ser princesa (todas nós não merecemos ser princesas?). Quero saber que alguém perdeu a madrugada pensando em mim. Quero sorrir de felicidade... e que esse sorriso emocione o objeto do meu amor.
Por que o amor está aí. Está no ar. Nas pequenas coisas. Está naquela esquina esperando por mim. Está nas risadas. Na cumplicidade. No carinho. Naquela mão que percorre a minha nuca. E se eu ainda não percebi (nem você, caro amigo), não significa que ele não existe. Apenas, que não chegou a nossa vez!

Pra recordar não, pra viver!!!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Nem isso. Nem aquilo.

Eu não sou isso nem sou aquilo.
Eu não sou oito nem sou oitenta.
Eu sou experiências. Eu sou genética.
Eu sou traumas. Eu sou felicidade.
Eu sou agora. Eu sou pra sempre.
Eu sou o que você vê.  Eu sou o que você nunca irá decifrar.
Eu sou todas. Eu sou única.

Depende de como você me vê passar, diria a poeta.

Eu digo: depende se você vai me deixar ficar.

domingo, 10 de junho de 2012

Puxando o freio.

Seja. Faça. Apareça.
Tenha. Gaste. Corra.
O que aconteceu com o reflita? Contemple? Relaxe?
Tudo acontecendo ao mesmo tempo agora.
E eu com essa sensação de que deveria "puxar o freio".
Proponho pararmos tudo e sair pra curtir o por do sol. Agora!
Ou quem sabe amanhã?
Sem muita urgência.
Porque a vida é breve.
Mas pode ser infinita!


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ressaca.


Hoje eu acordei de ressaca.
Não, eu não bebi demais ontem. Eu não fui pra balada.
É ressaca da vida sabe?
Talvez eu tenha bebido demais dela. Mais do que meu organismo suportava.
Ou talvez, ela seja barata mesmo. Como aquele vinho que comprei na adolescência uma vez, numa tentativa demente de ser descolada e que me custou uma dor de cabeça horrorosa no outro dia...
Nem sempre é fácil levantar a cabeça e começar outra vez. E acreditar outra vez.
Mas pessoas são pessoas, não é verdade? A fé faz a gente tentar de novo. Criar esperanças. Plantar sonhos na esperança de colher felicidade.
Nem sempre dá certo.
E quando não dá... ah! Ressaca! Maldita ressaca!
Hoje eu acordei de ressaca...
Nunca mais eu bebo.

...

Até a próxima vez.

terça-feira, 20 de março de 2012

Despedida.


Oi.

Eu vim aqui pra dizer como está difícil. Teus olhos já não me dizem as mesmas coisas.
Tua boca já não pensa, apenas vomita. Tuas mãos já não cabem mais nas minhas.
Ta faltando alguma coisa.
Ta faltando tudo.

Era pra ser mágico não? Era pra ser especial. Era pra fazer a vida valer à pena.
Tornou-se apenas mais um caso. Desses repletos de mais daquilo tudo que agente já viveu um dia.

Fico procurando no teu olhar um indício, mesmo que mínimo, daquele homem que esteve “perdidamente apaixonado por mim” um dia... Já não há.
Ou será que nunca esteve?
Será que tudo aquilo que agente viveu foi produto da minha total carência? Do meu desejo de viver um grande amor?

É a única conclusão a que posso chegar. Foram apenas projeções. Fantasmas... Transferências...

Na sua vida eu não encontro espaço. Nosso ponto de interseção é mínimo.
É pouco pra mim. É muito menos do que eu esperava e ainda menos do que eu mereço.

Percebo que você deliberadamente impõe barreiras, coloca limites... Meu espaço. Seu espaço.
Nessa hora, tudo fica nítido: Nunca houve um lugar para mim. E nunca haverá.
Eu preencho lacunas. Horas vazias. Eu estou presente no ócio.

Então sejamos francos, existe alguma razão para continuarmos perdendo tempo?

“O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.” (Fernando Pessoa)

Adeus.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Não é amor.


Não é amor.
Não há sinos tocando. Não há juras. Não há provas. Não há clichês.
Não é amor.
É conversa e companhia. Cumplicidade. Entendimento no olhar.
Não é amor.
Não há base. Não há explicação. Não é certo nem justo.
Não é amor.
É magia. É sonho. Dormir e acordar em paz.
Não é amor.
Não há certezas. Não há pertencimento. Há vontade. Há entrega.
Não, não é amor.
É infinitamente melhor.
Quando sou de alguém, sou de você.
Sou eu!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Examina-te.

Examina-te!
Dissesses tu.
Olha-te a ti mesma e diz-me com sinceridade o que desejas.
Examina-me!
Digo eu.
Assenta teu rosto junto ao meu e diz-me com sinceridade se achas que minhas palavras não vieram das reentrâncias da minha alma.
Examinemo-nos.
A vida nos apresentou uma chance real de sermos felizes.
Examinemo-nos e entreguemo-nos.