"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Nomenclatura do amor.

Te amo. Gosto de você. Te quero. Te adoro.
Mesmo ditas na hora certa, com a entonação adequada, não passam de palavras.
Apenas palavras.
Fazem parte da nomenclatura do amor. Pois não seremos os primeiros nem os últimos a sentir as tais “borboletas no estômago”...
Quando nos apaixonamos, sentimos a necessidade de gritar ao mundo o nosso amor, não é verdade?
Nessa hora, o amor precisa de letras, formas e regras para que os enamorados encontrem meios de se expressar.
E onde fica a espontaneidade nesse emaranhado de normas e firulas? E o sentimento?
Palavras podem ser muito pouco em determinadas ocasiões...
Aí é que está a grande sacada da coisa: palavras podem não ser apenas palavras! Quando aliadas àquele brilho no olhar, àquela mão que se encaixa perfeitamente na outra, àquela sensação de felicidade, as palavras e sentimentos convergem...
 E então, viva! Você está amando! Já é hora de mandar todas as regras pro espaço!
Porque o que vale mesmo no final do dia é se aquele beijo espontâneo, aquele abraço apertado e aquele nó na garganta que agente fica quando se despede, é real.
Essa sensação de querer bem não tem como traduzir em língua alguma desse planeta.
Você pode amar, querendo, gostando, ardendo, adorando...
Pouco importa a terminologia utilizada, porque o amor utiliza linguagem universal e própria .

sábado, 23 de abril de 2011

Me perco.

Encontro em você traços de mim.
Encontro no seu ombro paz.
Encontro no seu sorriso uma alegria sincera.
Encontro em seus beijos paixão e ternura.
Encontro em sua inteligência um mundo a explorar.
Encontro nas suas certezas apoio.
Temo pelo que está por vir... serão dias complicados.
Mas de tanto encontrar felicidade nos teus caminhos, suavemente, me perco.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tolice sensata.


Deixa eu te falar sobre o acaso...
Universo de probabilidades improváveis.
Deixa eu te falar sobre a paixão...
Tolice que impressiona pela sensatez.
Deixa eu te falar sobre o amor...
Simplicidade permeada pelo complexo.
Deixa eu te falar sobre viver com você...
Paradoxo perfeito!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sobre mim II

Um amigo me disse uma vez: Escreva quando você estiver feliz também! Escreva sobre tudo!
Me pus a pensar... Será que minha inspiração é a tristeza? Será que minhas lições terão sempre que vir através da dor?
É o que minha vida tem sido. Um eterno “ressurgir das cinzas”. Concluo que a composição da minha personalidade foi baseada nas adversidades. Então não seria diferente com meus poemas, verdade?
Mas isso não quer dizer que eu seja um poço de murmurações... Oh! Não! Claro que não!
Tenho tanto a agradecer...
Às vezes me sinto como a “Poliana” – daqueles livros que um dia eu li – serei agradecida até quando sou acometida por algo ruim.
...

Aos que estão longe e partem meu coração... Quando há saudade, há também amor.
E aquela pessoa que foi embora e deixou uma situação mal resolvida? Não existiria o romance se não existissem os acasos, não é mesmo?
Os planos de construir uma família que deram errado... Não fossem eles, não saberia o grande prazer que é ser mãe.
Os cursos que não terminei... Talvez minha habilidade de raciocinar não fosse a mesma.
Aquele bandido que me amedrontou e levou o que eu tinha... Fez-me ver a importância das pessoas que estão ao meu redor.
A minha doce loucura... Não encontraria disposição para viver um grande amor.
...

Sem as trevas, como eu entenderia a luz?
Derramei lágrimas e compreendo o valor do sorriso.
Provei do descaso e hoje saboreio a atenção.
Apanhei e agora tenho mãos protetoras que me cercam.
...

Afinal, minha “musa” pode ser a tristeza...
Mas, com a mesma intensidade que experimento das intempéries da vida, aproveito cada segundo dos bons tempos!
Recuso-me a ser feliz apesar dos pesares.
Serei feliz e ponto.