"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Folheando o livro.



E você chega para me falar que eu ainda não contei tudo. Que há fatos sobre a minha vida que eu escondo. Que eu subtraio informações. Que não sou inteiramente verdadeira. Desafio você a me perguntar. Prefiro que me fale espontaneamente – diz. E eu realmente fico sem saber com qual objetivo. Mas faço uma ligeira idéia.
Acho que no fundo (e na superfície também) você sempre espera o pior de mim. É seu mecanismo de defesa. Sua fuga do meu amor. Sua maneira de criar uma fortaleza para se proteger de mim. E de você mesmo. Dessa forma, acredito que espera fervorosamente que algo que eu diga, atinja seu coração num nível em que se torne fácil deixar-me.
Você me passa uma imagem de quem está numa corrida desesperada para desatar todos os nós que nos prendem. Concentra-se muito mais nas impossibilidades do que nas possibilidades. Valoriza os defeitos e suprime as qualidades. Nenhum momento feliz parece ser bom o suficiente, na medida em que nunca deixa uma sensação duradoura, ao passo que os ruins, esses sim deixam marcas profundas.
Claro que não conservo um pensamento tolo, de achar que poderíamos viver um amor de conto de fadas todos os dias (embora tenhamos momentos nos quais acontece), mas prefiro ver a vida sob uma ótica bem mais otimista: se nos gostamos, ficamos juntos. Se fizermos felizes um ao outro, permaneceremos unidos. Simples assim.
Ainda assim, pretendo abrir o livro da minha vida para você e mostrar as páginas não lidas (inclusive colando algumas que foram arrancadas). Porém, não pretendo revelar segredos, esclarecer inverdades, nem fornecer armas para que possa alimentar seus medos e bater em retirada. Farei isso, para que me desvende, colocando minha vida em suas mãos, fazendo com que entenda de uma vez por todas que depois que seu caminho cruzou com o meu, nossas vidas mudaram. Para melhor. E se depender de mim, até o fim.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Back together.



“Ah, se já perdemos a noção da hora, se juntos já jogamos tudo fora...”


Voltamos.
Melhores do que antes.
Verdadeiros como nunca.
Felizes.
E loucos.

Voltamos.
Irremediavelmente desconfiados.
Furiosos.
Miseráveis.

Voltamos.
Alucinadamente apaixonados.
Perdidos de amor.
Sedentos de carinho.

Voltamos.
Por que estando longe, descobrimos que não somos.
Dois, somos um.