"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 23 de março de 2011

A felicidade veio sem você.

Ontem mesmo você estava ali...
Engraçado como o que parecia certo agora já não se encaixa.
Ou como diz aquela canção: “o que era já não era mais”.
E sabe aquela sensação de algo está faltando? Já não a tenho.
Tudo está no seu lugar...
Estranho não é mesmo?
Eu não acho.
Estranho era antes, quando eu vinha em último plano.
Quando eu suplicava.
Quando o amor era via de mão única.
Penso na música de novo...
“O que antes eu não entendia, agora é ouro pra mim!”
Sofri. Chorei. Aprendi. Me amei. Cresci.
Nada mais de tiro no pé.
“Lindo! Tô que nem criança!”
A felicidade veio me encontrar sem você.

terça-feira, 22 de março de 2011

Doce de amor.

Minha tia faz um doce de leite!!! 

Fico imaginando os segredos da sua receita.

Ao prová-lo, sou levada àquela parte da minha vida onde não havia preocupações. Dias em que a vida tinha o colorido e o sabor que eu desejasse. Dias em que as alegrias eram as mais sinceras.

O doce vem com a voz da minha vó – diga-se de passagem, a autora da receita – me ensinando o “be-a-bá”. Posso até ouvi-la. Juro que sinto o seu cheiro e me lembro do seu rosto.

Pode um simples doce me remeter ao que minha vó me ensinou? Fazer lembrar o aprendizado das primeiras letras? Letras ontem, hoje poemas.

Meu avô também está. Brilhante, literalmente Brilhante, com suas frases de efeito: - Difícil não é ser, é permanecer sendo. Acho que ele tinha um quê de Shakespeare...

E é difícil mesmo "permanecer sendo", quando o mundo quer exatamente o oposto.

Preciso dizer isso a ela - a minha tia querida: As horas que você "perde" fabricando essa delícia são diretamente proporcionais a alegria gigantesca que eu sinto ao prová-la.
Meus eternos agradecimentos por este doce de leite, digo, doce de saudades. 

Ahhh saudades...
Saudades com gosto de doce de leite... que poderia bem ser chamado de doce de amor!

Bença vó?

domingo, 20 de março de 2011

Palavras.


Sempre achei que era boa com as palavras.
Hoje descobri que na verdade faço mau uso delas.
Uso-as como um domador usa seu chicote.
Junto letras para atravessar a alma das pessoas como se meu verbo fosse uma navalha.

Não me apetece saber que uso esse poder.
Me atordoa, quem eu amo sentir-se num pesadelo com o que tenho a dizer.

Não deveria ser assim.
O que sinto e arranjo em versos deveriam ser como um alento.
Minha prosa deveria soar como música.

Já que não é assim, decido – entre lágrimas – silenciar-me.
Que tudo aquilo que eu tenha a dizer – se não for pra fazer feliz – fique armazenado em mim.
Porque se for para trazer escuridão, que elas existam apenas na minha cabeça.
Nela, eu posso trabalhá-las e transformá-las.

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia comum.

Hoje foi um dia comum.
Falei bobagens, ri de bobagens e gostei delas.
Vi passarinhos ‘estrategicamente posicionados’ cantarolando o amor.
Ouvi histórias com um interesse genuíno.
Andei de mãos dadas e troquei beijinhos.
Abracei e me aninhei.
Fui apenas enamorada.

Dia comum...
Escolhi o óbvio.
Não fiz coisas extraordinárias.
Não ultrapassei limites.
Fui apenas uma namorada.

Fui feliz!

Thank you so much LC!