"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Colheita.

Fico pensando em todas as vezes em que pedi desculpas ao mundo por ser quem sou. Todas as horas em que senti o gosto amargo do fracasso.  Os momentos em que a genialidade dos meus pensamentos pareciam querer explodir este corpo tão pequeno.
A minha falta de sabedoria - e o excesso de soberba - não me permitiam enxergar que a vida nada mais é que caminhos, escolhas, renúncias e respostas...
Hoje - diante de boas novas que se avizinham - é que pude compreender que tudo é questão de perspectiva: todos os espinhos que me cortaram, todas as flechas que me lançaram e todo erro que cometi fizeram parte do processo que me levariam a apreciar o porvir.          
Daqui para frente minha estrada terá percalços,  claro. Mas sinto no íntimo que chegou a hora da colheita.

E estou preparada para me deliciar com os frutos.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Essa é para você.

Tenho ciúmes do seu olhar. Não quando admira o belo (gosto do qual compartilho). Mas quando exalta nos outros aquilo que julgo único em mim...
É duro ver você agir assim... Perceber nas entrelhinhas que a sua atenção está voltada para outros verbos. Assistir você saindo dos meus domínios.
Penso em falar sobre este sentimento que me corrói. Mas já conheço a resposta que receberei.
E no íntimo, acho que você sabe o que está fazendo. Sei que sabe o quanto machuca. Faz, pois me fere na carne, no orgulho e no coração.
Então me calo. E escrevo mais uma carta que não será enviada.                                                                       
Assim, vou retirando um pouco do que é seu em mim...

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Sombra.

Então olhando para a minha sombra me dei conta do quão é grandiosa: Diante de um mundo de possibilidades infinitas, resolve ficar presa às limitações do corpo que lhe foi imposto.