"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sobre mim II

Um amigo me disse uma vez: Escreva quando você estiver feliz também! Escreva sobre tudo!
Me pus a pensar... Será que minha inspiração é a tristeza? Será que minhas lições terão sempre que vir através da dor?
É o que minha vida tem sido. Um eterno “ressurgir das cinzas”. Concluo que a composição da minha personalidade foi baseada nas adversidades. Então não seria diferente com meus poemas, verdade?
Mas isso não quer dizer que eu seja um poço de murmurações... Oh! Não! Claro que não!
Tenho tanto a agradecer...
Às vezes me sinto como a “Poliana” – daqueles livros que um dia eu li – serei agradecida até quando sou acometida por algo ruim.
...

Aos que estão longe e partem meu coração... Quando há saudade, há também amor.
E aquela pessoa que foi embora e deixou uma situação mal resolvida? Não existiria o romance se não existissem os acasos, não é mesmo?
Os planos de construir uma família que deram errado... Não fossem eles, não saberia o grande prazer que é ser mãe.
Os cursos que não terminei... Talvez minha habilidade de raciocinar não fosse a mesma.
Aquele bandido que me amedrontou e levou o que eu tinha... Fez-me ver a importância das pessoas que estão ao meu redor.
A minha doce loucura... Não encontraria disposição para viver um grande amor.
...

Sem as trevas, como eu entenderia a luz?
Derramei lágrimas e compreendo o valor do sorriso.
Provei do descaso e hoje saboreio a atenção.
Apanhei e agora tenho mãos protetoras que me cercam.
...

Afinal, minha “musa” pode ser a tristeza...
Mas, com a mesma intensidade que experimento das intempéries da vida, aproveito cada segundo dos bons tempos!
Recuso-me a ser feliz apesar dos pesares.
Serei feliz e ponto.

2 comentários:

  1. Seja feliz e pronto mesmo.
    Da mesma forma que você tenho a tristeza como fonte primária de inspiração. Fazer o quê?
    Adoro os seus poemas.
    Beijo grande!
    Germana Facundo

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  2. Pois é, fazer o que? Apenas aproveitar os bons momentos com toda a intensidade possível né?
    Beijos e obrigada!

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