"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

terça-feira, 20 de março de 2012

Despedida.


Oi.

Eu vim aqui pra dizer como está difícil. Teus olhos já não me dizem as mesmas coisas.
Tua boca já não pensa, apenas vomita. Tuas mãos já não cabem mais nas minhas.
Ta faltando alguma coisa.
Ta faltando tudo.

Era pra ser mágico não? Era pra ser especial. Era pra fazer a vida valer à pena.
Tornou-se apenas mais um caso. Desses repletos de mais daquilo tudo que agente já viveu um dia.

Fico procurando no teu olhar um indício, mesmo que mínimo, daquele homem que esteve “perdidamente apaixonado por mim” um dia... Já não há.
Ou será que nunca esteve?
Será que tudo aquilo que agente viveu foi produto da minha total carência? Do meu desejo de viver um grande amor?

É a única conclusão a que posso chegar. Foram apenas projeções. Fantasmas... Transferências...

Na sua vida eu não encontro espaço. Nosso ponto de interseção é mínimo.
É pouco pra mim. É muito menos do que eu esperava e ainda menos do que eu mereço.

Percebo que você deliberadamente impõe barreiras, coloca limites... Meu espaço. Seu espaço.
Nessa hora, tudo fica nítido: Nunca houve um lugar para mim. E nunca haverá.
Eu preencho lacunas. Horas vazias. Eu estou presente no ócio.

Então sejamos francos, existe alguma razão para continuarmos perdendo tempo?

“O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.” (Fernando Pessoa)

Adeus.

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