"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Don´t worry baby

Não vou pedir mais do que você pode oferecer.
Naquela festa – dançando como se nada mais importasse – não pensarei que você deveria estar presente, tendo a certeza que o movimento dos meus quadris lhe pertence.
Na conversa de bar – defendendo minhas opiniões – não lamentarei que a minha paixão por meus ideais não desperte a sua admiração.
Nas caminhadas na praia – o mar beijando meus pés – não sentirei falta da sua mão na minha.
Quando eu acordar – olhos sorrindo – não pensarei que minha primeira visão do dia deveria ser você.
Nas minhas divagações – estado de absoluta paixão – não vou querer possuir sua vida.

Desejarei fervorosamente que o possível seja sempre suficiente.
E não sendo – o que parece ser a tendência – que cobiçar o impossível não me destrua o coração.

4 comentários:

  1. ‎"Lembre-se: ontem é história; amanhã é mistério; hoje é uma dádiva. Por isso se chama “presente”. "

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  2. Não sente, não vibra, não ama.
    Vota amor a si mesmo?
    Tenho pensado o quão TÃO mais dificil é a tal expressão do amor.
    O que houve?
    Parei no mundo dos românticos?
    Onde andam o Sonhador, o devaneador, o fantasioso?

    Lembro-me de Exupéry- “as pessoas grandes adoram mesmo números!”.
    Vai me desculpando mas isso não me enche (rá) os olhos.

    Pra que mesmo tantos porquês? Números? Regras? Referências?

    Prefiro lembrar daquela época- você também deve ter vivido-que todo amor era uma representação do “para sempre”.

    Hoje tem nos bastado a tradicional “amor pra sempre só de mãe”.

    Ah! Não! Quero voltar tanto pro mundo dos que amam “para sempre”.
    Mais que isso, dos que permitem ser amados “para sempre”.

    Que graça tem o hoje se não há amanhã?
    No dia seguinte àquele em que estamos...?

    Reticências?
    Não!

    Que sensação estranha de transbordar enquanto o mundo parece estar na primeira marcação de medida.
    Que estranho é a [minha] mudez hipócrita.

    Ah! Não! Quero voltar tanto pro mundo dos que amam “para sempre”.


    - “Brilho nos olhos, vamos!”
    - “ Sorria feito bobo!”
    -“ Torça para o caminho de volta para casa não findar!”
    -“ Escreva coisas medíocres!”
    -“Adote uma linguagem parópia, boba, ridícula!”
    -“ Associe músicas a telefonemas!
    -“ Torne-se momentaneamente burro!”

    Se beija com a boca?
    Ah, eu não quero aprender!

    Que chato é contar os dias em horas!

    Tem me cansado de idear romances.
    Que graça mesmo tem o tal do predomínio da sensibilidade e da imaginação sobre a razão?
    Digo-lhes, há muita, muita graça!



    Ah! Não! Quero voltar tanto pro mundo dos que amam “para sempre” igual aquele casal setentão que vi caminhando de mãos dadas hoje.

    Assumida, declarada, romântica, em todo o tempo; em qualquer ocasião.

    Retomo Exupéry- “É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.”

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