"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

domingo, 28 de novembro de 2010

Pulei

As cartas que eu não mandei
O beijo que eu neguei
Os dissabores de ser enganada
Os sonhos enterrados
A inocência perdida
A troca de olhares que poderia dizer tudo
Mas calava-se, acomodava-se

E dessa acomodação nasceu a indiferença
Que me pôs a almejar coisas distintas
Vi uma vida nova passando
Resolvi que era melhor pra nós dois, ou nós três... não sei...
Pulei!

Nessa outra vida, nesse outro mundo, te encontro às vezes
Um completo estranho...
Impressionante não termos nada em comum
A não ser, é claro, o fruto
O fruto de um amor que tinha muito a dizer
Mas preferiu calar-se

E calando-se percebi que outra voz começou a falar
E eu nem me lembrava mais dela
Era a menina dos meus olhos
Me dizendo que agora eu poderia ser feliz!

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