"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

domingo, 28 de novembro de 2010

Quarentena


Você…
Que me beijou com a intensidade de três sóis.
Que se ajoelhou aos meu pés e me pediu para participar do resto da sua história.
Que pôs vida dentro do meu ventre.
Que trouxe para o meu mundo uma alegria que eu nem conhecia o sabor.

É de você que eu me despeço...

Não do que me deu migalhas.
Não daquele que subestimou minha capacidade de dar e receber amor.
Nem das noites que fiquei a esperar, vendo cada minuto passar de forma desesperadora.

Esse cara, eu apaguei da minha memória e o substitui por outro, um carinha de preto, de sorriso fácil, de atitudes despretensiosas, que só queria mesmo era se divertir... mas acabou encontrando o amor da sua vida, numa esquina barulhenta...

Assim me despeço, com um sorrisinho no canto dos lábios (aquele que você um dia amou) e a certeza que há salvação pra nós dois, embora agora, andemos em ruas distintas.

Quarentena is over baby!

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