"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

sábado, 11 de dezembro de 2010

T.

Nos conhecemos de uma maneira não usual
Eu diria até ilícita
Compartilhamos pensamentos que não poderiam ser ditos em voz alta
O mundo não entenderia, não é mesmo?
Era apenas uma brincadeira, uma maneira de escapar da nossa realidade
Mas tomou dimensões pra mim inimagináveis
E de repente, eu sentia a necessidade quase que sofrida de estarmos juntos

Sabia que não tinha esse direito
Sabia que na nossa relação não havia espaço para sentir
O que ocorre é que não existia a menor possibilidade de eu reprimir meu coração
Então, me deixei levar... senti... sonhei...me apaixonei...

E quando eu pensei que essa paixão seria puramente platônica
Eis que surge a oportunidade de nos vermos
Então despi minha alma de qualquer vestígio de pudor
E a vesti da mais profunda sinceridade
Me preparando para finalmente
Experimentar a sensação de ter você em meus braços

Naquele dia, eu não me prendi a convenções
Os padrões de comportamento da sociedade me interessavam pouquíssimo
E o nosso beijo! Ah! Muito mais do que eu poderia prever
Foi um breve momento
Mas que vai ficar ali guardado...
Na caixinha de recordações? Não!
Naquela das possibilidades
Pois os sentimentos que atravessaram meu corpo naquele instante
Impedem que a minha mente raciocine que eu não posso querer você

Mas a realidade teima em bater à nossa porta não é?
E vem me dizer que será impossível
Nessas horas, abro aquela caixinha. E sonho.
Com a felicidade que eu iria experimentar
Se eu pudesse amar você.

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