"O poeta é um fingidor/Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente."
(Fernando Pessoa)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sujeito.


 
Era sujeito simples. Tão fácil de decifrar... exposta. Sem nada a perder.
Pensava... eu era o próprio verbo.

Acontece que simplicidade não é para mim. Sou complexa. Intensa. Me permiti viver a experiência de ser sujeito composto. Agora, minha ação possuía vários núcleos.
Compreendi o que era felicidade. Breve momento.

Durante algum tempo fui sujeito indeterminado. Minha identidade não explícita.
Período difícil...noites solitárias, intermináveis...

Tornei-me sujeito inexistente. Meus sentimentos e vontades não existiam para o outro.
Aprendi que a tristeza tem um sabor medonho. Sabor de sangue na garganta...travo.

Foi uma jornada e tanto. Tamanha experiência não me preparou para ser o sujeito implícito. O que anda nas sombras.


Eu, sujeita ímplicita...
Sujeita à você...
Das mais variadas formas...
Estado de dependência!
Até quando?

3 comentários:

  1. Marga, adorei o post. Lindo! Você escreve muito bem. Beijos e saudades! Germana

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  2. A Graça da vida está na nossa flexibilidade em assumir vários sujeitos em cada fase, em cada situação. Simples, composto, implicito, indetreminado, inexistente...
    Mas predominantemente talvez teimamos em ser Sujeito Determinado!

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