Sempre achei que era boa com as palavras.
Hoje descobri que na verdade faço mau uso delas.
Uso-as como um domador usa seu chicote.
Junto letras para atravessar a alma das pessoas como se meu verbo fosse uma navalha.
Não me apetece saber que uso esse poder.
Me atordoa, quem eu amo sentir-se num pesadelo com o que tenho a dizer.
Não deveria ser assim.
O que sinto e arranjo em versos deveriam ser como um alento.
Minha prosa deveria soar como música.
Já que não é assim, decido – entre lágrimas – silenciar-me.
Que tudo aquilo que eu tenha a dizer – se não for pra fazer feliz – fique armazenado em mim.
Porque se for para trazer escuridão, que elas existam apenas na minha cabeça.
Nela, eu posso trabalhá-las e transformá-las.
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